Resumo:
Nos últimos anos, tem-se ampliado no Brasil as atividades universitárias em torno dos campos dos estudos africanos e indígenas, o que tem contribuído para a visibilização de diversas experiências destes sujeitos históricos. Este alargamento deve ser atribuído, entre outras questões, à promulgação das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que instauraram a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras. Constata-se, no entanto, a permanência de uma concepção eurocêntrica/colonial sobre o mundo que resulta no epistemicídio, ou seja, na invisibilidade e exclusão de saberes e histórias das Áfricas e Américas. Embora avanços tenham ocorrido, ainda é necessário o questionamento do saber epistêmico ocidental/colonial e a valorização das teorias e epistemologias do sul que pensam com e a partir de corpos e lugares étnicoraciais/sexuais subalternizados. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é refletir sobre experiências que estão em busca da construção de epistemologias outras, inserindo como exemplo atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas no âmbito do Laboratório de Estudos Pós-coloniais e Decoloniais – AYA (UDESC/FAED). São as questões teóricas colocadas pelos estudos pós-coloniais e decoloniais que fundamentam as ações voltadas à produção de um conhecimento comprometido com a interpretação decolonizada acerca das histórias das sociedades africanas e indígenas.
Acesse:
MORTARI, Cláudia; WITTMANN, Luisa Tombini. Histórias compartilhadas propostas universitárias de conhecimentos universitários. Revista PerCursos, Florianópolis, v. 19, n.39, p. 154 – 176, jan./abr. 2018.