O filme, da cineasta zambiana-galês Rungano Nyoni, lançado em 2017 traz a história de Shula, uma menina de nove anos que é acusada de bruxaria em uma vila pela comunidade, de lá é levada pelo ministro do Turismo e da Tradição para um acampamento itinerante de feiticeiras onde elas são expostas para os turistas e trabalham em plantações e pedreiras do país. O filme, de maneira tragicômica levanta a questão dos usos políticos, econômicos e sociais, seja no ganho de votos, na legitimação de certos poderes, na fabricação de produtos e na resolução de problemas pessoais. A bruxaria, trazida pela diretora, revela um mundo balizado pela tradição que é transformada pelas mudanças sociais, onde em suas cristalizações se torna inventada, em conflito com a modernidade que se utiliza dessa tradição inventada para ganhos econômicos. Ao mesmo tempo que satiriza a vontade turística ocidental em encontrar uma África intocável e/ou exótica. A ótima história de Rungano constrói uma narrativa bastante perspicaz e em várias camadas sobre as sociedades da parte ocidental do continente.
Ficha Técnica
Ano: 2017. Gênero: Drama/Comédia. Direção: Rungano Nyoni. 94 min. País de Origem: Reino Unido, França e Zâmbia.
Sendo uma metafora da manipulacao do governo ou nao, Eu nao sou uma feiticeira trata de uma visao completamente diferente da que conhecemos sobre a magia. Uma em que subverteram o poder da bruxa para torna-la nada alem de uma maquina. Alguem tao profano que nao merece nada alem de servir o estado.
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