Tese de doutorado defendida em setembro de 2020 pela autora Dulcilei da Conceição Lima na Universidade Federal do ABC. Atualmente é Pesquisadora em Ciências Sociais e Humanas no Centro de Pesquisa e Formação – Sesc/SP e integra o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFABC (NEAB-UFABC).

Um conjunto de fatores como a expansão e popularização dos feminismos, a ampliação da inserção de estudantes negros no ensino superior, o desenvolvimento e a expansão da internet no Brasil a partir dos anos 2000 (pela ampliação da conexão e barateamento dos smartphones), bem como o surgimento de ferramentas de produção descentralizada de conteúdo através de blogs e redes sociais como o Facebook e o Twitter, abriu caminho para que mulheres negras feministas ampliassem o alcance de suas atividades políticas, discussões e reflexões através da produção de textos, imagens e tutoriais que valorizam as trajetórias, conhecimentos e estética da população negra. A internet e as ferramentas digitais se constituíram num importante espaço de compartilhamento, troca e forma de participação e intervenção nas agendas políticas da sociedade. Desde o início da década de 2010, testemunhamos uma crescente atuação dos feminismos na internet, com destaque para as campanhas com hashtags que ficaram conhecidas como Primavera Feminista. O Feminismo Negro também se destacou nesse contexto com a multiplicação de blogs, páginas em redes sociais e influencers que pautaram discussões sobre a intersecção de categorias como raça, gênero, sexualidade, classe entre outros, que marcam as vivências de mulheres negras na sociedade brasileira. A partir da coleta de dados, via formulários online, grupos focais e da utilização do método da Análise de Conteúdo, a pesquisa buscou identificar a possibilidade de o feminismo negro na internet se configurar num novo ciclo, por atualizar pautas históricas do movimento, desenvolver novas demandas e gerar formas inéditas de atuação através do uso das ferramentas digitais. Para tanto, buscou-se observar as principais características que marcam o feminismo negro em atuação nas redes sociais, como formas de organização, pautas e linhas de pensamento, no intuito de identificar permanências e rupturas em relação a outras etapas do movimento; contextualizar historicamente as diferentes etapas do feminismo negro no Brasil, seus modos de organização, atuação e pautas; identificar as principais linhas de pensamento e autoras que embasam o feminismo negro no Brasil; discutir a apropriação das ferramentas da internet pelos feminismos contemporâneos e analisar as formas de atuação, linhas de pensamento, pautas e referências teóricas de feministas negras que atuam nas redes sociais. A análise dos dados revelou que o feminismo negro em atuação nas redes sociais mantém grande parte das pautas e princípios que nortearam as gerações que o precederam, mas apresenta aspectos próprios como a distinção em dois diferentes segmentos, feminismo liberal ou de consumo e feminismo negro colaborativo, e ainda a incorporação de pautas LGBTQI+.

ACESSE O TEXTO: LIMA Dulcilei da Conceição CONECTADAS. O FEMINISMO NEGRO NAS REDES SOCIAIS

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