Cláudia Mortari é professora associada de História da África do Curso de Graduação em História e docente nos programas de Pós-Graduação em História (PPGH) e em Ensino de História (ProfHistória) da Universidade do Estado de Santa Catarina, nas linhas de pesquisa Políticas de Memória e Narrativas Históricas e Saberes Históricos no Espaço Escolar, respectivamente. É organizadora do 2° Encontro Pós-colonial e Decolonial e irá participar do evento também como mediadora da Roda: Patrimônios e Memórias em encruzilhadas. Faz parte da coordenação do Laboratório de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais – AYA, do Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED/UDESC) e coordena projetos de extensão e de pesquisa no campo dos Estudos Africanos, como o projeto de pesquisa ativo “Modos de ser, ver e viver: o mundo Ibo a partir da escrita de Chinua Achebe (África Ocidental, séc. XX)”. Atua principalmente nos temas de história de África, literaturas africanas pós-coloniais, ensino de história de África e diáspora africana.

Livros:

Diálogos Sensíveis: produção e circulação de saberes diversos.

Live de Lançamento do livro “Diálogos Sensíveis: Produção e circulação de saberes diversos”

Se o espaço que ocupamos é marcado pela colonialidade, e todos os seus derivados, que tipo de ações podemos empreender? O que podemos propor e construir? Estas, e outras questões, fundamentaram a realização do I Encontro Pós-colonial e Decolonial “Diálogos Sensíveis: produção e circulação de saberes diversos”, ocorrido entre os dias 23 e 25 de outubro de 2019 na FAED-UDESC, nos afetando profundamente na construção de um conhecimento científico coletivo, situado e suleado. Algumas potentes vozes continuarão a ecoar através deste livro que publiciza as comunicações apresentadas nos Simpósios Temáticos ocorridos no evento, realizado com patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) – Edital de Chamada Pública n. 01/2019 Proeventos 2019/2020, fase 2 – e da UDESC a partir da Direção de Extensão da FAED, com recursos do Edital PAEX nº 02/2017, instituições às quais agradecemos.

Narrativas Insurgentes: decolonizando conhecimentos e entrelaçando mundos.

O livro que você tem em mãos apresenta uma crítica contundente à colonialidade e ao capitalismo, às inúmeras opressões construídas pela modernidade e sustentadas na contemporaneidade. Não se trata de denúncia, que se encerra em si mesma, mas do transbordar de re-existências na construção e visibilização de conhecimentos plurais e projetos de equidade. Ou seja, é força em meio ao caos, como nos inspira a escritora, professora e poetisa indígena Eliane Potiguara. A obra surge da frutífera interlocução entre pesquisadores no I Encontro Pós-Colonial e Decolonial “Diálogos Sensíveis: produção e circulação de saberes diversos”, ocorrido entre os dias 23 e 25 de outubro de 2019, na FAED-UDESC, organizado pelo AYA – Laboratório de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais. Este livro, portanto, disponibiliza reflexões potentes, compartilhadas nas rodas de conversa do evento por pessoas de distintos campos e lócus de enunciação, na construção de um conhecimento científico coletivo, situado e suleado. Os textos que compõem a presente obra têm a decolonialidade, a interseccionalidade e a desobediência epistêmica como princípio teórico e prático e são escritos por intelectuais comprometidos com a luta antirracista, antipatriarcal e anticapitalista.

Tese de doutorado:

Os africanos de uma vila portuária do sul do Brasil: criando vínculos parentais e reinventando identidades. Desterro, 1788/1850

Esta tese tem como objetivo a pontuação, a valorização e a análise dos vínculos parentais (consangüinidade e compadrio) estabelecidos por escravos e libertos de procedência africana, portanto sujeitos de diferentes categorias sociais e origens étnicas, no contexto de uma vila portuária ao Sul do Brasil: Nossa Senhora do Desterro, localizada na Ilha de Santa Catarina. A análise da criação desses vínculos parentais tem como objetivo evidenciar e compreender os processos de reinvenção das identidades desses sujeitos históricos no contexto da diáspora. Os marcos cronológicos da pesquisa se referem a períodos muito pouco estudados da história catarinense nesta perspectiva de abordagem e compreendem o final do século XVIII e primeira metade do XIX e, portanto, visa contribuir com o preenchimento de uma imensa lacuna da sua história. Parte-se do princípio de que os estabelecimentos de vínculos parentais constituem, num contexto escravista, uma maneira de criar esperanças, de possibilitar a sobrevivência e de reinventar as identidades. Os africanos ao criarem suas famílias e as suas relações de compadrio, conferiram sentido às suas vidas e marcaram de forma significativa o espaço social da vila.

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