É formada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina, tornando-se a primeira universitária de sua família. Mestra em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. É coordenadora do Programa Antonieta de Barros na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) e na Câmara de Vereadores de Florianópolis, e foi a responsável pela pesquisa e formatação do projeto de lei que tornou obrigatório o ensino de conteúdos afro-brasileiros nas escolas.

A doutoranda Carol Lima de Carvalho, da área de História do Tempo Presente na Universidade do Estado de Santa Catarina, realizou uma entrevista com Jeruse Romão: mulher, negra, pedagoga, mestra em Educação e intelectual potente. Através de uma perspectiva que visibiliza as histórias locais e os modos de ser, ver e sentir o mundo das populações africanas e afro-brasileiras, a entrevista intitulada “Teoria e prática na construção da história: Uma conversa com Jeruse Romão” objetivou evidenciar a trajetória de grande relevância de Jeruse para refletir sobre a potência das mulheres em É formada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina, tornando-se a primeira universitária de sua família. Mestra em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. É coordenadora do Programa Antonieta de Barros na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) e na Câmara de Vereadores de Florianópolis, e foi a responsável pela pesquisa e formatação do projeto de lei que tornou obrigatório o ensino de conteúdos afro-brasileiros nas escolas.

É formada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina, tornando-se a primeira universitária de sua família. Mestra em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. É coordenadora do Programa Antonieta de Barros na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) e na Câmara de Vereadores de Florianópolis, e foi a responsável pela pesquisa e formatação do projeto de lei que tornou obrigatório o ensino de conteúdos afro-brasileiros nas escolas.

Florianópolis.

A primeira pergunta da entrevista direciona a trajetória de vida de Jeruse enquanto mulher negra em Florianópolis, no sul do Brasil, e a sua produção acadêmica. Ao narrar sua experiência de vida recém formada, articulando com sua militância, ela atuou coordenando pedagogicamente uma escola particular pequenininha em Capoeiras, onde presenciou um dos primeiros casos de racismo denunciado no sistema educacional catarinense. Ela conta que:

“Eu topei o desafio, primeiro trabalho, um dia eu estava em casa e minha mãe disse: olha te ligaram pra tu ir urgente na escola. Eu fui, cheguei lá, estava uma mãe negra e esse diretor, a mãe disse: minha filha Maria José chegou em casa dizendo que a amiguinha dela disse que não vai mais [se] sentar ao lado dela porque ela é negra, branco não tem que [se] sentar perto de negro. Isso está relatado no jornal Estado, depois se tu quiseres pesquisar, porque a família da Maria José é a família do Clube Novo Horizonte, então já havia neles uma consciência de pertencimento racial e eles tomaram providências: procuraram o jornal. A Maria José é afilhada de batismo de um ex-governador do estado de Santa Catarina também, que contribuiu na parte jurídica e isso acabou indo para o jornal e eu me vi pela primeira vez falando, com 25 pra 26 anos, nos jornais sobre quais eram as perspectivas de educação que eu entendia com aquele caso que, seguramente, se não foi o primeiro a ser denunciado (eu acredito que tenha sido) foi um dos primeiros casos de racismo denunciado dentro do sistema educacional catarinense”¹.

Sobre a sua obra dedicada à Antonieta de Barros, levando-se em conta os desafios, os avanços e as perspectivas em dialogar e viabilizar as histórias, memórias e narrativas de Antonieta, Jeruse apontou, em sua entrevista, que:

“Escrever sobre Antonieta não é só escrever sobre ela. Eu queria, de início, escrever um artigo sobre Antonieta e suas relações familiares, porque me incomoda essa imagem sisuda, dura, estática de uma mulher que parece não ter movimento. Para as pessoas brancas talvez isso não fosse tão importante, mesmo porque é a representação do modelo branco: estátua, fotos oficiais, isso é muito o mundo branco; mas isso não é o nosso mundo. Sempre me incomodei com as fotos congeladas da Antonieta, sempre da cintura para cima… Eu queria o que tinha embaixo, queria saber como era ela, como eram os gestos dela e queria saber o que essa mulher fazia. Queria escrever uma Antonieta em movimento com ela mesma, e que pudesse nos ajudar. Não era sobre a deputada, porque eu acho que o conteúdo está dado, não era sobre a educação também… Foi muito interessante, eu cheguei a 30 páginas para falar sobre a família”. 

Carvalho, C. L. de. (2021). Teoria e prática na construção da história: uma conversa com a professora Jeruse Romão. Fronteiras, 23(41), 208–232. Disponível em: < https://doi.org/10.30612/frh.v23i41.15006> Acesso em 31 de maio de 2022.

Acesse a entrevista:  Teoria e prática na construção da história: uma conversa com a professora Jeruse Romão

Conheça também sua obra: “ANTONIETA DE BARROS: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil”

Obras publicadas:

1. Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil, de 2021.

2.Mapeamento Social da Capoeira em Florianópolis, de 2019.  

3. Matriz Curricular para educação das Relações Étnico-Raciais na Educação Básica, de 2016.

4. Africanidades São Paulo: História e Cultura afro-brasileira, de 2015. 

5. Africanidades Catarinenses, de 2009.

6. História da Educação do Negro e outras histórias, de 2005.  

7.. Educação Popular Afro-Brasileira, de 1999. 

8. Negros e Currículo. Florianópolis: Núcleo de Estudos Negros, de 1997. 8. Negros e Currículo. Florianópolis: Núcleo de Estudos Negros, de 1997. 

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