Joana Célia dos Passos é intelectual orgânica do Movimento Negro e diretora do Centro de Ciências da Educação/UFSC. Atua principalmente na área da educação, sendo professora a 38 anos, possui mestrado e doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pós-doutorado pela Universidad Nacional Autonoma do México (UNAM). É pesquisadora no grupo de estudos e pesquisas Alteritas: Diferença, Arte e Educação, no Núcleo de Estudos sobre Violências (NUVIC) e no Instituto Estudos de Gênero (IEG). É membro da La Red Interuniversitaria Educación Superior y Pueblos Indígenas y Afrodescendientes en América Latina (RED ESIAL) e membro associada da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN).

É professora no Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE) e no Programa de Pós Graduação Interdisciplinar de Ciências Humanas (PPGICH). Desenvolve pesquisas em Educação e Relações Raciais e ações afirmativas, com o foco na população negra e, em 2022, foi eleita vice-reitora pela comunidade UFSC.

“Para falar sobre a perversidade do racismo na sociedade brasileira é preciso chamar as pessoas brancas a se dispor conosco a enfrentar [o racismo]. O racismo é uma estrutura de opressão que opera nas diferentes instâncias da vida cotidiana, nos diferentes espaços e tempos, e ele vai construindo um modo de ser branco e de ser negro na sociedade brasileira. É óbvio que com desvantagens para os negros e para indígenas. […]”

Para ouvir mais acesse:

Sinopse: “Neste vídeo a Dra. Joana Célia dos Passos faz uma reflexão sobre o racismo no Brasil, apontando que todos sabem que o racismo existe em nosso país, mas, quando questionados, ninguém se assume como tal.

Na sua fala ela traz dois exemplos para refletirmos:

✊🏿 “A cada 23min um jovem negro é morto pela polícia no Brasil”

✊🏾 “A bala perdida sempre encontra um corpo negro”

Quando normalizamos situações como essas, será que estamos automaticamente assumindo o nosso racismo?” 

Produções textuais:

As desigualdades na escolarização da população negra e a Educação de Jovens e Adultos

O presente artigo discute aspectos presentes na historiografia da educação da população negra brasileira, com o intuito de destacar as proibições e interdições impostas, pelo Estado, aos negros sobre o acesso à escola, no período de transição do trabalho escravo para o trabalho livre no século XIX. Aliadas ao racismo que persiste ao longo da história, na sociedade brasileira, esses impedimentos estruturam as desigualdades educacionais entre brancos e negros na atualidade. São apresentadas duas iniciativas negras de escolarização de jovens e adultos com a intenção de evidenciar que a educação tem sido uma pauta permanente da população negra.

Relações raciais, cultura acadêmica e tensionamentos após ações afirmativas

As ações afirmativas no Ensino Superior colocam em pauta uma série de questões sobre a universidade pública e sobre as relações raciais na sociedade brasileira. Trazem à cena uma discussão que não pode mais ser adiada: o papel da universidade frente aos desafios contemporâneos e a sua efetiva democratização. O presente trabalho tem como objetivo analisar a cultura acadêmico-curricular e suas configurações derivadas da presença de estudantes negros cotistas no cotidiano da Universidade Federal de Santa Catarina. Para isso, utilizamos como procedimentos metodológicos: a análise dos documentos normativos e os projetos pedagógicos de nove cursos de graduação; questionários aplicados a professores e coordenadores de cursos e depoimentos de estudantes negras. A pesquisa permitiu identificar desafios e tensionamentos que a implantação das ações afirmativas traz ao cotidiano da universidade para assegurar o acesso e a permanência (material e simbólica) com qualidade social aos estudantes cotistas negros.

Tese de doutorado: 

Juventude negra na EJA: os desafios de uma política pública 

O presente estudo, intitulado Juventude negra na EJA: os desafios de uma política pública, teve como finalidade analisar a constituição da oferta de EJA na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, na perspectiva de identificar os impactos e alcances desta modalidade de ensino para a juventude negra. A problemática da pesquisa inscreve-se em um contexto em que emergem iniciativas de políticas de educação, focalizadas para a população negra. Nossa hipótese ancorou-se na compreensão de que a política de EJA da RME de Florianópolis, embora declare sua centralidade nos sujeitos, não integra o reconhecimento étnico-racial e geracional como dimensões valorizadas nos processos e nos instrumentos que concretizam esta oferta educacional. A escolha da RME de Florianópolis, como campo empírico, deve-se à expressiva presença de jovens negros (35,3%) na EJA, se considerada a população negra da cidade, que é em torno de 10,6%; a proposta pedagógica divulgada como inovadora; e a trajetória de implementação da educação para as relações étnico-raciais nessa rede de ensino. Foram focalizados quatro núcleos de EJA a partir dos critérios de maior presença negra e distribuição geográfica. […] 

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