Gestada no ventre das antigas letras latinas, sobretudo de sua feição considerada mais vulgar, a língua portuguesa apresentada pelo livro Latim em pó, de autoria do professor Caetano W. Galindo (UFPR), carrega consigo as marcas de um complexo e extenso percurso que tem perdurado por séculos. Além das origens no Lácio, o trajeto apresentado por Galindo perpassa, ainda, respectivamente, a dissolução do Império Romano, a expansão árabe e a colonização da América. Foi em terras já brasileiras, por sua vez, que a língua portuguesa cotidiana se tornou prenhe de características advindas das línguas faladas por pessoas trazidas de África. Em uma oportuna citação, o autor destaca caracteriza a feição africana do português brasileiro sob os seguintes termos: “Talvez caiba deixar de lado por um momento a bela ideia da “última flor do Lácio”. O português brasileiro foi um broto africano, flor de Luanda”.
Leitura profícua, antirracista, e que ressalta a contribuição africana para muito além das listas de palavras que nossos manuais escolares e livros didáticos costumam arrolar.





