O objetivo central deste livro é reunir genealogias conceituais sobre a crítica da colonialidade. Sua intenção não é estabilizar um cânone ou listar os “termos essenciais” do debate, mas observar a marca do pensamento crítico na persistência do “colonial” na América Latina, ou seja, pensar o colonial não como um evento, período ou formação histórica discreta, mas como uma condição estruturante do presente. Parte-se de uma necessidade de campo: a elaboração de um léxico crítico, ainda que sempre incompleto, com palavras-chave que nos permitam mapear o pensamento que faz a crítica do presente colonial latino-americano. O volume opera com pelo menos três tipos de conceitos: primeiro, aqueles que implicam um trabalho de desmantelamento dos elementos que o compõem. Em segundo lugar, termos que recuperam debates conectivos que, embora “toquem” a problemática da colonialidade, raramente fazem parte do repertório familiar e conhecido da retórica decolonial. E, finalmente, certos termos familiares à crítica das modalidades coloniais de poder e sua contestação, mas que, em nossa opinião, precisavam ser atualizados ou reposicionados criticamente em termos de seu escopo semântico.

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